sexta-feira, 18 de setembro de 2015

~ A psicoterapia com a criança e o adolescente: inclusão das percepções da família e dos professores

No trabalho clínico com crianças e adolescentes, é imprescindível o contato direto com os pais ou cuidadores, isso porque eles nos inserem na realidade da criança, segundo o que observam no contato diário. 
Podemos gerar uma aliança saudável com os pais das crianças, sendo que durante o processo será eficaz se algumas estratégias forem também postas em prática no contexto familiar. Para tanto, utiliza-se o treinamento de pais como uma das estratégias que envolvem os pais no processo de mudança familiar. Nesses momentos, tempos a oportunidade de realizar trocas com a família, indicando mudanças saudáveis em aspectos que possam estar contribuindo na queixa que a criança apresente.
Não obstante, o contato com a escola que a criança está inserida também se torna necessário. No ambiente escolar podem eclodir comportamentos que corroboram com a sintomatologia apresentada no ambiente familiar, bem como apresentar-se de maneira diferenciada de como é em outros ambientes que frequenta. Todos os dados são importantes para melhor diagnóstico e estratégias psicoterapêuticas de intervenção. O relato dos professores tornasse importante, tanto no início do tratamento, como após efetuadas intervenções. Se possível, o psicólogo pode estar contatando a escola e os professores com certa periodicidade.  Nesses contatos, além de ouvir o que a escola tem a dizer sobre o aluno em questão, o psicólogo também pode estar efetuando feedbacks, com o intuito de ressignificar pré-percepções que existam sobre a criança ou o adolescente. Salienta-se que todo contato com a escola deve ser informado ao responsável e também ao paciente atendido, ou seja, a criança, para que, além do consentimento informado, haja uma movimentação de esforços no olhar daquela criança/adolescente.
Com essa aliança entre psicólogo, família e escola, há melhores chances do bom desenvolvimento do paciente, uma vez que podem ser repensadas as intervenções, práticas utilizadas, sendo possível avaliar a eficácia do trabalho que está sendo realizado com ele. Sabe-se que cada indivíduo é diferente, logo, as tentativas interventivas vão sendo realizadas e ajustadas conforme cada um.
Considero importante o manejo do contexto em que a criança e o adolescente vive. Ouvir as múltiplas partes e ambientes que ele se insere contribui para um trabalho melhor alicerçado sob diferentes vozes e perspectivas, na possibilidade de compreender e ajudar um indivíduo no seu escopo biopsicossocial.

- Psicóloga Rafaela Fava de Quevedo


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