domingo, 12 de julho de 2020

- Artigo sobre mães com filhos surdos em experiência grupal

Boa noite!
Hoje estou divulgando outra publicação de artigo! 
Relato de experiência de quando eu ainda era estagiária!
Sou muito grata pela experiência e por poder compartilhar todo aprendizado com vocês!

Para acessar o artigo completo, segue a referência:

Quevedo, R. F. de, Dambrós, S., & Sassi, R. (2017). GRUPO DE MÃES OUVINTES DE FILHOS SURDOS: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO. Psicologia Em Estudo22(1), 107-115. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v22i1.31794

Fiquem bem! 
Psicóloga Rafaela Fava de Quevedo



terça-feira, 30 de junho de 2020

- Artigo sobre psicologia na escola

Boa tarde!
Divulgando um dos meus primeiros artigos publicados!
Tenho muito orgulho deste trabalho que realizei junto a minha querida Raquel Conte, na época minha orientadora de estágio!
Compartilho para quem tiver interesse buscá-lo na íntegra!

Abraços,
Rafaela Fava de Quevedo

QUEVEDO, Rafaela Fava de; CONTE, Raquel Furtado. Projeto Defesa à Vida: A Psicologia na Escola de Ensino Fundamental. Psic.: Teor. e Pesq.,  Brasília ,  v. 32, n. 2,  e32228,    2016 .   Disponível em . acessos em  30  jun.  2020.  Epub 08-Ago-2016.  https://doi.org/10.1590/0102-3772e32228


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

~ Culpa(s)

Fonte da imagem: http://neuroticosanonimosenlinea.com/wp-content/uploads/2014/02/culpa.jpeg 



Alarmante propriedade do ser humano em contrariar a dor pela junção de sentimento negativo.
O excesso traz a culpa. Também a falta ou a mínima. Pecado que é cometido sem intenção.  Que comove aquele que sente por ter errado.
Existe a desculpa. Proclama tal palavra pra argumentar teu arrependimento. (Des)de que adianta a (des)culpa? Ela é (des)necessária também para nossa sobrevivência.  Sabermos nossos limites e regras. Para não escapulir no excesso de novo e cair na culpa pra proclamar a desculpa. 
Entramos num círculo vicioso de pequenas culpas. No doce extra. Nas palavras proferidas às pressas e que vieram em tom áspero. Aquela culpa que atravessa dias e até meses.  Aquela culpa por deixar partir. 
Me (des)culpo pelo desperdício: de tempo, de espaço, de palavras e textos. Me (des)culpo pelo excesso: de pensamentos, de intensidade, de mim mesma.
Aparece todos os dias. Relevo no silêncio.  Revela na mágoa e na dor de uma saudade por desculpa. Quero aproveitar para tirar o nexo dessa e das outras: de todas as (des)culpas apenas do que não tornou ação. 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

~ Por uma vida cheia de ações: saúde mental

Utilizar-se do tempo de maneira organizada é importante para a saúde mental. Temos 24 horas todos os dias para lidar com uma série de tarefas. Podemos dividir essas atividades em espaços de tempo, sendo que isso vai vir a contribuir para o bem estar e sensação de completude.
Do básico ao complexo, o tempo tem a mesma quantidade de horas, minutos e segundos para todas as pessoas, vai de como organizamos nossas atividades para preencher o tempo que temos. 
As atividades básicas que todo ser humano lida diariamente, temos a higiene e o sono. São necessárias oito horas de sono diárias para boa recuperação do corpo e da mente. Para a higiene, também devemos nos debruçar um tempo. O corpo humano tem necessidades fisiológicas e a higiene vem a ser importante em diferentes momentos do dia, assim, lavar as mãos entre os momentos de alimentação, escovar os dentes passa a ser algo incorporado na rotina em função da preservação da saúde. O banho, que deverá ser realizado ao menos uma vez no dia tem função de saúde e relaxamento. Nos dias mais quentes, o corpo transpira mais, e o banho vem a refrescar e retirar os odores que ficam. O banho quando tomado à noite, contribui para o relaxamento muscular e conforto na hora de dormir, visto que a água morna envolta ao corpo produz sensação de bem estar. As unhas devem ser mantidas limpas e aparadas (especialmente em crianças que necessitam da ajuda de um adulto para que isso seja mantido).
O tempo ainda é voltado para o trabalho (ou tempo escolar – para crianças e adolescentes), em que são depositadas também oito horas de atenção para essas atividades.
A alimentação é fundamental para a manutenção da saúde e funcionamento do corpo. É importante alimentar-se de forma adequada e saudável, evitando excessos. As refeições podem ser feitas sozinho ou acompanhado, aproveitando, quando feita de forma acompanhada para um momento de socialização.
O desenvolvimento das relações sociais também merece nosso tempo durante o dia. Temos pessoas e relacionamentos na vida que nos são importantes e merecem atenção e dedicação. Entre atividades ou em alguns momentos livres, uma ligação, uma mensagem também podem ser formas de manter contato com nossas pessoas queridas. Ao dividir a casa com mais pessoas, estas também merecem nossa atenção, afinal, passamos parte do tempo dividindo o ar com elas.
O tempo que temos “livre” também nos permite a ter hobbies e atividades que nos são prazerosas. Fazer uma leitura, um curso, assistir algum filme ou seriado, evoluir alguma habilidade, desenvolver uma atividade física, como dança, caminhadas, esportes, são peças fundamentais e devem ser incluídas na organização do tempo.
O básico de um dia, de uma rotina, comporta todas essas ações. Para algumas pessoas ainda outras (cuidar de alguém que necessita, alimentar e manter limpo animais de estimação, manter a limpeza da casa ou de pertences pessoais). Cada pessoa tem sua rotina individual, há ainda aqueles que a jornada de trabalho ainda é mais longa, e a organização do tempo, das relações sociais é modificada em função disso.
Saúde mental também é buscar organização quanto ao que temos que dar conta num dia. Incluir no básico as complexidades que nos vão aparecendo, os problemas que temos que lidar e que ocupam nosso tempo, se apropriam e se encaixam na nossa rotina até uma solução aparecer. E, quando sozinhos não pudermos resolver tais problemas, temos nossa rede de pessoas para pedir ajuda e até buscar auxilio externo, como um profissional da psicologia.

Rafaela Fava de Quevedo
Psicóloga

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

~ Dependência química: algumas considerações

            Diante a cultura das drogas, penso que além dessa não ser recente, cria um aspecto de normatização quanto ao uso e abuso dessas substâncias. Ocorre uma reprodução das normas, valores, leis e comportamentos que são transmitidos de uma geração a outra. Entretanto, a temática das drogas nunca foi tão discutida como é na atualidade, até mesmo pela facilidade dos meios de comunicação. Nessa reprodução de comportamentos sociais, o uso de drogas, especialmente álcool e tabaco passam a ser incorporados e normalizados pelo indivíduo, já que nasceu e desenvolveu-se num ambiente que abordou o uso como natural. Logo, parece fazer parte da vida do jovem, que, nas primeiras festas, primeiras saídas como adolescente faz o uso de substâncias por encontrar-se agora numa fase do desenvolvimento no qual lhe é cobrado maturidade, responsabilidade e ações que comprove, que ele é adulto. O uso de álcool, por exemplo, vem atrelado ao pensamento interno, reforçado e reproduzido no social no qual adultos bebem, ou como a mídia anuncia "a partir dos 18 anos". Embora na nossa realidade sabemos que o uso de substâncias já inicie muito antes dessa idade, o jovem busca uma aprovação social para tornar-se adulto, num meio ainda de crise e acomodação de uma identidade.
            Tendo isso como um espiral que se desenvolve entre gerações, a cultura das drogas, e o ato de beber, passa a ser uma representação social daquilo que é ser adulto. Com certeza, uma imagem deturpada e distorcida do real significado do amadurecimento.
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            Quanto à questão do estigma ao dependente químico, penso que este vem do ser humano, que também é educado e vive em uma sociedade que constrói e reforça tais estigmas. Percebo que os estereótipos ocorrem em diferentes populações, além do que sigam da droga e do usuário dela. Fomos educados nesse propósito de marginalizar o diferente, de apontar a diferença. Logo, também é justificável que as pessoas compreendam com seus pensamentos e suposições sobre temas e sobre o outro. Nesse sentido, uma possibilidade de intervenção seria voltará a capacitação e aproximação com a temática de forma a que a partir de maior conhecimento, a compreensão sobre a dependência química ocupe maior potencial na reformulação desses estereótipos. 
            Além disso, os profissionais envolvidos no trabalho com pessoas devem buscar formas de treinarem-se não somente na fonte do conhecimento, mas também da aceitação do outro a partir da sua história, cultura e vivências, ‘ser humano’. Esses elementos, quando levamos em consideração aprimoram o trabalho das pessoas que lidam com a saúde. Na psicologia, um possível trabalho poderia ser voltado ao desenvolvimento de qualidades como empatia e escuta ativa tanto do usuário como de suas famílias e da comunidade. Essas qualidades, quanto melhor desenvolvidas, auxiliam ao profissional da saúde a fortalecer um vínculo com quem busca ajuda, repercutindo na melhora da autoestima e viabilizando a quebra no circuito de estigma interno de que o dependente químico possa ter de si. Ele passa a perceber que é aceito por que, ele é e não somente pela característica da droga, dos efeitos e do prejuízo que tem do uso ou abuso.
            Penso que nessas configurações, o movimento de mudança frente a estigmas e esteriótipos é uma via de mão dupla (ou várias mãos) pois vai depender de muitos fatores, como por exemplo o que cito e explico acima.
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            Cada região do Brasil apresenta variações quanto ao tipo de droga mais utilizada. Por isso deve-se fazer um levantamento local onde pretende-se investigar os dados epidemiológicos. Entretanto, penso que as drogas com maios prevalência são o álcool e o tabaco, não somente por serem drogas lícitas, mas também por serem facilmente adquiridas.
            Na minha experiência profissional na área da saúde, trabalhando com crianças e adolescentes em ambientes escolares, há muita ocorrência do uso e disseminação dessas drogas. Ao menos relatam ter usado uma vez na vida, tanto o álcool como o tabaco, sendo que a maioria faz uso abusivo quando longe da família, num período de uma vez ao mês. Além disso, relatam o uso da maconha em terceiro lugar, quando não já utilizada, relatam curiosidade, e interesse em experimentar. Essa maior prevalência vem no discurso de meninos, sendo que as meninas têm maior receio e até repudio contra maconha, atendo o interesse principalmente no álcool.
            Podendo perceber essas situações se torna importante o trabalho com essas populações, a fim de trazer informações a respeito das drogas e construir intervenções para diminuir a prevalência. 
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            Como forma de intervenção, a intervenção breve (IB) é sim eficaz, não somente na dependência química, mas em qualquer contexto de saúde, na promoção e prevenção e até atenuação.
            No meu contexto de atuação utilizo a intervenção breve, especialmente em casos que não poderão dar continuidade ao tratamento. Orientação, empatia, busca por informações, clarificação da situação em que o indivíduo se encontra são sempre importantes de serem mencionados, especialmente para motivar que este retorne ao serviço, ou que reflita sobre as questões que acompanham sua vida e quais fatores estão interligados com os comportamentos compulsivos ou aditivos, bem como de que maneira isso respinga ou reflete na vida dele e dos que os rodeiam.
            Devido a autonomia do trabalho do psicólogo, essa técnica não apresenta limitações, pelo contrário, fortalece e favorece que o serviço se mantenha, qualifica o contexto de trabalho como um local aberto e passível de auxílio.

~ Considerações feitas a partir do Curso SUPERA - Sistema para detecção do uso abusivo e dependência de substâncias psicoativas: encaminhamento, intervenção breve, reinserção social e acompanhamento. Minhas publicações nos fóruns de discussão, frente a leitura e apreensão de novos aprendizados da temática da dependência química.

Atenciosamente, 
Rafaela Fava de Quevedo
Psicóloga

domingo, 17 de janeiro de 2016

~ Clínica e relação terapêutica

Diferentes autores que se utilizam da abordagem cognitivo-comportamental (Knapp, 2004, Wright, Basco & Thase, 2008, Falcone, 2012, Silva, 2003) afirmam que a relação terapêutica tem um papel importante no processo. É a aliança que se estabelecerá entre terapeuta e paciente, que será possível verificar a adesão ao tratamento e comprometimento com a terapia. Além disso, é pelo empirismo colaborativo que ambos investigam as crenças e esquemas do paciente. A comunicação e as habilidades interpessoais do terapeuta solidificam o processo, no sentido de promover entrevistas de forma empática visando uma relação autêntica e de abertura do paciente para avanço do tratamento.
Quando se trata de uma criança, a relação terapêutica também se estende aos pais, visto que o trabalho terapêutico realizado nas sessões deve ser estendido aos ambientes que a criança frequenta. Ou seja, nos atendimentos com os pais, a capacidade de empatia devem ser importantes, bem como a postura do psicólogo, que atua como modelo de relação para os pais. Entretanto, a vinculação maior se dá com o paciente, bem como a resguarda de sigilo que é especificada no contrato e enquadre inicial do processo.
Outro dado que reflete a relação terapêutica se dá na forma de feedbacks. Os feedbacks do paciente anunciam o andamento da terapia e se há mudanças ou não que denunciam o aproveitamento desta. Por outro lado, o terapeuta também dirige feedbacks para o paciente, por exemplo, no sentido de reforçar algum comportamento ou tomada de decisão ou insights provindos de mudanças e benefícios da terapia (Knapp & Beck, 2008). 
Diante as perspectivas dos autores, fundamenta-se que no fazer da clínica o trabalho embasado na relação terapêutica traz bons resultados do ponto de vista da vinculação, bem como na prática das estratégias de enfrentamento mais saudáveis às diferentes dificuldades emergentes. Salienta-se ainda que na prática clínica o psicólogo além de um profissional disposto a auxiliar o paciente, também é um ser humano, que sente, e vive na relação.

Referências:

  • Falcone, E. M. O. (2012). História, bases conceituais e prática da terapia cognitivo-comportamental In Terapia Cognitivo-Comportamental. E. M. O. Falcone & M. S. Oliveira (Orgs). Coleção Psicoterapia Cognitivo-Comportamentais, v.1. São Paulo: Casa do Psicólogo.
  • Knapp, P. (2004). Terapia Cognitivo-Comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed.
  • Knapp, P. & Beck, A. T. (2008). Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Revista Brasileira de Psiquiatria, 30,(2) (pp. 54-64).
  • Silva, S. N. da (2003). Relação Terapêutica. In R. M. Caminha, R. Wainer, M. Oliveira & N. M. Piccoloto (Orgs.) Psicoterapias cognitivo-comportamentais: Teoria e prática. (pp. 47-52). Casa do Psicólogo.
  • Wright, J. H., Basco, M. R. & Thase, M. E. (2008) Aprendendo a terapia cognitivo-comportamental: um guia ilustrado. Porto Alegre: Artmed.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

~ Mitomania

Nas diversas relações sociais que o indivíduo perpassa, deliberadamente são evocados sua personalidade e crenças sobre si, o outro e o mundo. Na sua resposta ao outro, o indivíduo comporta-se a partir de suas experiências anteriores, com a tendência de repetir os mesmos padrões no qual está acostumado a reproduzir.
A mitomania caracteriza-se pela tendência a utilizar-se de mentiras ao descrever ações. As mentiras decorrem por diferentes motivos, mas geralmente pela necessidade de suprir questões internas. No desenvolvimento das histórias, o indivíduo mitômano cria cenários, situações, bem como tende a distorcer fatos da realidade enquanto a conta. Psicologicamente, esses indivíduos têm consciência dessas mentiras, mas sentem-se compelidos a fazê-lo, tanto para assuntos rotineiros quanto para assuntos específicos.
Esses indivíduos, por viverem no mundo criado em mentiras tem habilidade e fluência na criação de histórias, tornam-se atentos ao que já foi dito para que não sejam percebidos deslizes iniciais nas suas descrições. Podem ter uma grande rede social de amigos, mas internamente isola-se em si mesmo. A confiança é imprecisa, no sentido de confiar em si mesmo e em suas percepções muitas vezes distorcidas.
As causas para tal funcionamento estão envoltas a questões psicossociais (rupturas vinculares de pessoas importantes, como membros familiares; problemas de relacionamento familiar; isolamento social; problemas econômicos e financeiros; baixa autoestima; baixas habilidades sociais, tendência a fantasia; entre outras); e quanto ao desenvolvimento, no sentido do que lhe foi ou é reforçado por figuras importantes.
O conteúdo das mentiras pode variar. Geralmente favorecem o indivíduo e estão envoltos a uma carga emocional gerenciada por medo, desejo de aprovação social, frustrações anteriores, traumas de abandono. Além disso, a distorção da realidade pode variar entre detalhes até o extremo oposto. Entretanto, muito dificilmente esses indivíduos utilizam a mentira para benefícios externos. As causas são de ordem interna.
A mentira ocupa um lugar central na vida dos mitômanos, sendo que, muitas vezes após as mentiras pode haver o desejo de “concertar”, o que dificilmente ocorre, dados os sentimentos envolvidos (medo, baixa autoestima). O medo decorre da desaprovação social até mesmo ao possível afastamento das pessoas que lhe são próximas. A baixa autoestima reforçada internamente pela possibilidade em contradizer-se no que já foi pronunciado. A compulsividade é um padrão frequente a esses indivíduos, e que além de manifestar-se no aspecto verbal da mentira, existem outros comportamentos compulsivos que podem relacionar-se a alimentação, vícios, higiene pessoal e do ambiente, sendo esses fatores podendo agir no seu ápice ou na evitação. Justifica-se pelos extremos (assim como nas mentiras mais elaboradas, em estratégia de inversão dos fatos).
Os manuais de psiquiatria, nas suas atuais edições (CID 10 e DSM V) não abordam diagnósticos específicos para a mitomania. Entretanto, essa característica transita em diferentes transtornos, o que acaba dificultando o diagnóstico clínico, em relação às diversas possibilidades e ao diagnóstico diferencial.



Para saber mais, em linguagem clara e objetiva: http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/65/artigo215643-1.asp