domingo, 17 de janeiro de 2016

~ Clínica e relação terapêutica

Diferentes autores que se utilizam da abordagem cognitivo-comportamental (Knapp, 2004, Wright, Basco & Thase, 2008, Falcone, 2012, Silva, 2003) afirmam que a relação terapêutica tem um papel importante no processo. É a aliança que se estabelecerá entre terapeuta e paciente, que será possível verificar a adesão ao tratamento e comprometimento com a terapia. Além disso, é pelo empirismo colaborativo que ambos investigam as crenças e esquemas do paciente. A comunicação e as habilidades interpessoais do terapeuta solidificam o processo, no sentido de promover entrevistas de forma empática visando uma relação autêntica e de abertura do paciente para avanço do tratamento.
Quando se trata de uma criança, a relação terapêutica também se estende aos pais, visto que o trabalho terapêutico realizado nas sessões deve ser estendido aos ambientes que a criança frequenta. Ou seja, nos atendimentos com os pais, a capacidade de empatia devem ser importantes, bem como a postura do psicólogo, que atua como modelo de relação para os pais. Entretanto, a vinculação maior se dá com o paciente, bem como a resguarda de sigilo que é especificada no contrato e enquadre inicial do processo.
Outro dado que reflete a relação terapêutica se dá na forma de feedbacks. Os feedbacks do paciente anunciam o andamento da terapia e se há mudanças ou não que denunciam o aproveitamento desta. Por outro lado, o terapeuta também dirige feedbacks para o paciente, por exemplo, no sentido de reforçar algum comportamento ou tomada de decisão ou insights provindos de mudanças e benefícios da terapia (Knapp & Beck, 2008). 
Diante as perspectivas dos autores, fundamenta-se que no fazer da clínica o trabalho embasado na relação terapêutica traz bons resultados do ponto de vista da vinculação, bem como na prática das estratégias de enfrentamento mais saudáveis às diferentes dificuldades emergentes. Salienta-se ainda que na prática clínica o psicólogo além de um profissional disposto a auxiliar o paciente, também é um ser humano, que sente, e vive na relação.

Referências:

  • Falcone, E. M. O. (2012). História, bases conceituais e prática da terapia cognitivo-comportamental In Terapia Cognitivo-Comportamental. E. M. O. Falcone & M. S. Oliveira (Orgs). Coleção Psicoterapia Cognitivo-Comportamentais, v.1. São Paulo: Casa do Psicólogo.
  • Knapp, P. (2004). Terapia Cognitivo-Comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed.
  • Knapp, P. & Beck, A. T. (2008). Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Revista Brasileira de Psiquiatria, 30,(2) (pp. 54-64).
  • Silva, S. N. da (2003). Relação Terapêutica. In R. M. Caminha, R. Wainer, M. Oliveira & N. M. Piccoloto (Orgs.) Psicoterapias cognitivo-comportamentais: Teoria e prática. (pp. 47-52). Casa do Psicólogo.
  • Wright, J. H., Basco, M. R. & Thase, M. E. (2008) Aprendendo a terapia cognitivo-comportamental: um guia ilustrado. Porto Alegre: Artmed.

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